segunda-feira, 18 de março de 2013


FUMAÇA BRANCA

Meu coração está jubiloso com o resultado da eleição para o sucessor de Bento XVI. O mundo voltou seu olhar para Roma. Cinco mil jornalistas com seus equipamentos e olhares voltados para o céu parecendo os apóstolos naquela manhã da ascensão em Jerusalém (Atos 1,10-11); em plena era digital, aguardando a eleição do sucessor do Apóstolo Pedro (segundo a doutrina cristã católica) anunciada pela cor da fumaça expelida na pequena chaminé da Capela Sistina. Na Praça de São Pedro havia turistas das Américas, Ásia, Europa, África, Oceania e alguns moradores de Roma. Todos de olhos fixos na velha chaminé que já emitira fumaça preta, sinal que os Cardeais votantes não tinham escolhido o novo Papa, mas às 15:05 horas, Hora da Misericórdia no Brasil, a chaminé solta a fumaça branca, a expectativa aumenta no coração dos frequentadores da Praça de São Pedro e dos milhões de fiéis que diante de suas TVs e outras mídias aguardavam a notícia. Após cumprir-se o rito internamente anuncia-se o eleito: Cardeal Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires que será chamado de Francisco. O Filho de Santo Inácio de Loyola, o eleito é jesuíta, ainda atônito com a nova missão, contempla a multidão e pede aos presentes que orem por ele. O Papa naquela fração de segundos realizou a alquimia, como profissional de química, que o mundo espera seja praticado pelo vigário de Cristo. É assim que nós católicos chamamos o Bispo de Roma. Em sua homilia na Missa de encerramento do Conclave, chama-nos atenção com a reflexão: “Quando caminhamos sem a Cruz, quando construímos sem a Cruz e quando confessamos sem a Cruz... não somos discípulos do Senhor: somos mundanos; somos bispos, sacerdotes, cardeais, papas, mas não discípulos do Senhor.”  Importante essa lembrança, somos seguidores do Homem da Cruz, que ressuscitou, mas que passou pela cruz e nos ensinou: “Quem quiser ser meu discípulo, tome sua cruz e siga-me” (Mateus 16,24). O Papa, com seu gesto e fala, está realizando a catequese dos primeiros apóstolos. Claro que não vai resolver todos os problemas da instituição milenar que assume administrar em comunhão com seus colegas bispos espalhados pelo mundo como nos ensina o Concilio Vaticano II, mas nós católicos e a mídia em geral  percebe nessas pequenas aparições um desejo de agiornamento. Aguardemos que cada homem e mulher de boa vontade, que se assume como cristão católico faça sua parte, contemple o crucificado e mude o coração como o pobrezinho de Assis e junto com o Papa Francisco reconstrua a Igreja Católica Apostólica Romana. Isso será possível quando cada cristão católico entender que é pequena célula dessa Igreja do crucificado. Atualizemos o refrão: “Eu sou Igreja, você é Igreja, somos a Igreja do Senhor. Irmão, vem e ajuda, irmão vem ajuda a edificar a Igreja do Senhor”. Shalom!